domingo, dezembro 13, 2009

Flamengo: Time de tradição, raça, amor e paixão.



Que o Flamengo tem a maior torcida do mundo, todo mundo já sabe.

Que a torcida rubro-negra é intensa, apaixonada e única, isso também não é novidade.


Mas uma coisa anda me incomodando: Os torcedores de momento. Aqueles que vestem a camisa por baderna ou só porque o Flamengo conquistou um título e que está na moda ser rubro-negro.


Esse tipo de torcedor sai gritando nas ruas, vestindo a camisa que comprou recentemente (já que não tinha nenhuma no guarda-roupa), um amor pelo Flamengo sem sequer saber o nome do goleiro do clube. Sem sequer saber quem é o grande hexacampeão Andrade. Sem sequer saber que no dia seguinte do hexa, o clube estaria elegendo seu presidente. Sem imaginar que no dia seguinte, Patrícia Amorim seria eleita como a primeira mulher presidente de um clube carioca.


Desse tipo de torcedor o meu Flamengo não precisa. Torcedor rubro-negro de verdade tem as cores vermelha e preta como segunda pele. Ou melhor, primeira. Torcedor de verdade está ali presente. Na tristeza ou na derrota. O rubro-negro de verdade é aquele que acompanha o clube o ano todo... Aliás, é aquele que nunca deixa de sequer um dia, procurar uma notícia ou algo referente ao mengão. É aquele que quando o dinheiro e disponibilidade permitem, vai ao Maracanã. É o que é fiel... na vitória e na derrota. É aquele que chora, que praticamente joga junto com o time. É também aquele que se revolta e acima de tudo é aquele que faz do dia da conquista de um título, um momento único e verdadeiro. Este sim merece ser o 12º torcedor do mengão.



Amo o futebol graças ao meu saudoso avô tricolor, Waldir Albernaz.


E hoje meu avô não está mais aqui. Ele se foi em 2003, me deixando esse legado. Futebol aos domingos e radinho de pilha no ouvido. A saudade é infinita e o futebol é a coisa que mais me aproxima do vovô. É o que faz amenizar a saudade. Cada gol, cada notícia do jornal lembra o vovô e no que ele comentaria sobre tal notícia ou jogador. Por mais tricolor que ele fosse, queria meu avô aqui hoje. Queria poder contar a ele que Domingo, eu estava lá no Maracanã, e que 17 anos depois, o meu Flamengo era hexacampeão.


No domingo, lá no Maracanã, com São Judas Tadeu na mão, cada lágrima que escorria pelo Hexa, eram também graças ao Fluminense do meu avô, que contrariou os matemáticos e conseguiu fugir da segundona. Eram lágrimas de agradecimento ao meu avô...pois graças à paixão dele pelo futebol, eu estava ali. Comemorando o título do clube mais amado do mundo.


Meu avô deixou muita coisa boa para mim. Deixou seu exemplo de caráter, honestidade e amor. Deixou sua paixão pelo futebol. Deixou em minha memória histórias contadas por ele como o futebol dos tempos de Garrincha e Pelé. Deixou suas revistas amareladas, uma época dourada do futebol que só pude conhecer através delas. Deixou inclusive, que o meu coração fosse rubro-negro, apesar do desejo dele em me ver tricolor. E ele entendia. Esse tipo de amor não se explica. A gente nasce com ele.



Onde quer que esteja, vovô...


Agradeço por cada segundo que vivi com você, agradeço essa sua herança...
Agradeço que através do seu Fluminense, eu conheci o mengão.

O Flamengo é meu amor.
E meu avô minha maior saudade.

Saudações rubro-negras ao tricolor da minha vida!!!


E obrigada Clube de Regatas do Flamengo, por fazer de mim, a torcedora mais feliz do Mundo.

Torcedora de verdade. Por toda a vida.

Até que a morte nos separe.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

17 anos depois... O grito é com muita saudade!


A semana foi tensa. Ansiedade, noites agitadas os sonhos mais ainda. Motivo?
O meu amado mengão!!!! A alegria de um possível título. Tão perto que posso sentir a taça em minhas mãos. Já a imagino lá na Gávea. Linda, imponente e reluzente. A taça do hexa.

Como é bom ser Flamengo. E como é difícil ser mengão! Não me refiro somente ao peso da camisa, a grande responsabilidade de pertencer à nação. A imensa, linda e apaixonada nação. Mas o início do meu caso de amor com o Flamengo não foi fácil. Desde que meu coração saltitou (na verdade...a primeira batida do meu coração...lá no útero da minha mãe, já era mengão) pelo rubro-negro, sempre fui alvo de represálias. Imagine só nascer em uma família de tricolores. Imagine só contrariar uma das pessoas que você mais ama no mundo. Imagine não poder corresponder às expectativas do seu herói, da pessoa que você dedicaria sua vida?
Pois é... E assim começa minha história de paixão reprimida pelo mengão.

QUANDO EU DESCOBRI O FUTEBOL...
Voltando uns anos atrás (antes do PENTA de 92), domingo era dia de almoçar na casa dos meus avós. Meus amados, idolatrados avós. Sabem aqueles avós perfeitos que existem em filmes??? Esses eram/são os meus.
Então, eu passava tardes e tardes com eles. Vovó na cozinha fazendo doces e eu ao lado do meu saudoso avô. Ele com o radinho de pilha na mão e a única TV sintonizada em futebol. Não lembro a idade que tinha... Eu era tão pequena. A única coisa que queria era ficar ao lado do meu avô. Naquela época, vovô tinha 5 netos... O único homem, meu irmão Paulo, que é tricolor porque vovô era tricolor, nunca se interessou pelo futebol. O resto das meninas... Nem sinal de amor pelo futebol.

Aí veio eu... a salvação do meu avô. Eu achava o máximo ouvir o radinho chiado dele. Foi aí que comecei a achar interessante o futebol. E incrivelmente ele dava papo para uma criança de mais ou menos cinco anos. Fui conhecer Garrincha, Pelé, fui saber das primeiras conquistas da seleção brasileira através dos relatos do meu avô. Que encantador era!!! Como o futebol era lindo!!!
Foi aí que eu precisava definir um time. Meu avô contou que era tricolor. Pó de arroz. Mostrou revistas antigas (as quais herdei) com o tricolor na capa. Periódicos da década de 50, 60, 70... Em meio aquelas páginas amareladas, tinha um rubro-negro. Quando ousei perguntar sobre aquele time, meu avô rechaçou qualquer alternativa em eu ser rubro-negra. Vi ali uma rivalidade contra aquele “Flamengo”. Não tive coragem de desapontar meu avô e não perguntei mais, embora tivesse uma enorme curiosidade.

E fui... acompanhando jogos do Fluminense. Vale ressaltar que NUNCA comemorei gol do Flu. Apenas assistia aos jogos calada. O que eu queria era estar perto do meu avô. Só que não adiantava... meu coração não batia por aquele time.
Foi quando vi pela primeira vez um Fla x Flu de um carioca que não me lembro o ano.
Que lindo. Que torcida era aquela, meu Deus??? Que camisa maravilhosa... Lembro de ficar tão encantada. Decidi naquele dia que seria Flamengo em segredo. Não queria que meu avô ficasse triste. Afinal, sentia que ele achava o máximo eu estar gostando tanto de futebol. Mas acho que ele preferia me ver assistindo um espetáculo de balé, como toda menininha, do que torcer pelo maior rival dele.

Vovô bem que insistiu. Mas não deu.

Aí veio 1992... Flamengo x Foguinho. Mengão campeão. Aí foi minha libertação. Eu iria enfrentar tudo e a todos. Aos meus pouquinhos anos de idade gritei: EU SOU FLAMENGO!

E assim é até hoje.

Nunca mais deixei de acompanhar meu Fla. Em dia de Fla x Flu... A guerra era declarada. Família tricolor e eu sozinha. Defendendo veementemente meu coração rubro-negro. O engraçado era que meu avô me defendia. Ninguém podia tirar uma com a minha cara quando o mengo perdia. Exceto ele. Da forma mais discreta, sempre dava uma alfinetadinha.

( Como em 1995, naquele gol de barriga do Renato Gaúcho. Um dos momentos mais tristes para mim e com certeza feliz para meu avô)


Mas ele me entendia. Embora por clubes diferentes, o amor por esses times era intenso.
E foi assim minha história de amor e guerra com meu avô. Flamenguista e tricolor unidos pela paixão pelo futebol. E ele, minha fonte inspiradora desse amor. Meu avô, meu herói.


17 ANOS DEPOIS...
E hoje meu avô não está mais aqui. Ele se foi em 2003, me deixando esse legado. Futebol aos domingos e radinho de pilha no ouvido. O buraco e a saudade são imensas. Mas o futebol é a coisa que mais me aproxima do vovô. É o que faz amenizar a saudade. Cada gol, cada notícia do jornal lembro do vovô e no que ele comentaria sobre tal notícia ou jogador. Por mais tricolor que ele fosse, queria meu avô aqui hoje. Queria poder contar a ele que domingo, vou sair de Vitória rumo ao Maraca.
Para poder ver ao vivo... O dia que provavelmente será o mais feliz da minha vida.

Hoje é diferente de 92... quando enfrentei tudo e a todos e me declarei rubro-negra. Hoje posso gritar a vontade...
Afinal, todos sabem que meu sangue é rubro-negro. Tenho o quase hexa, tenho o ingresso para o Maraca, mas não tenho mais ele aqui...

Onde quer que esteja, vovô...
Agradeço por cada segundo que vivi com você, agradeço essa sua herança...
Agradeço que por mesmo sem querer, me apresentou o mengão.

Onde quer que esteja meu avô deve estar se remoendo pelo hexa. Coisa de rival, né? Mas por outro lado ele deve estar feliz por mim.
Porque o mengão é meu amor.
E meu avô minha vida e minha maior saudade.

Saudações rubro-negras ao tricolor da minha vida!!!


Será um hexa com muita saudade.

Ah como queria que estivesse aqui, vovô!!!