terça-feira, novembro 20, 2007

Yelena Mukhina: A estrela que o mundo não pode esquecer.





Agradecimento pelas fotos e informações :

"Tributo a Yelena Mukhina"
A ginástica olímpica/artística é um dos esportes mais belos e difíceis. Muitos nomes fizeram história no esporte: Ludmilla Tourischeva, Nadia Comaneci, Olga Korbut, Daniela Silivas, Yelena Shushunova, Catalina Ponor. Ginastas de sucesso que conquistaram o mundo.

E hoje destaco uma ginasta em especial. Uma carreira brilhante que foi interrompida por uma fatalidade. Uma atleta que o mundo não pode esquecer: Yelena Mukhina

Nascida em primeiro de junho de 1960, na Rússia, Yelena Mukhina foi um talento nato e uma das principais promessas da equipe da ex URSS.
Yelena teve uma vida difícil. Abandonada pelo pai, perdeu a mãe aos cinco anos de idade e foi criada pela avó, Anna do Ivanovna.
Iniciou na ginástica aos sete anos e logo começou a brilhar. A ginasta tinha uma técnica indiscutível, um amor pelo esporte que praticava e uma persistência que a levou ser campeã mundial em Estrasburgo 78 e a conquistar três medalhas de ouro no campeonato europeu. Era a melhor ginasta soviética, e o principal trunfo de uma equipe em que os interesses iam além das competições esportivas...

A vida da ginasta foi dura. Treinos pesados e desgastantes, onde algumas vezes fora obrigada a treinar com diversas lesões. Às vésperas das olimpíadas de Moscou 80, Yelena se acidentou nos treinos ficando tetraplégica ao executar uma pirueta no solo de 540 graus, caindo de queixo e fraturando a espinha cervical.
Infelizmente, a notícia não foi divulgada de imediato e foi abafada pela URSS. Na época, a imprensa divulgou que Yelena havia sofrido “apenas uma lesão” e que estava fora dos jogos olímpicos. Durante dois anos esta história ficou escondida, para mais tarde, ser revelada: Yelena Mukhina estava tetraplégica.
Naquela época, as ginastas eram treinadas como máquinas e o objetivo principal da Ex URSS, era destronar a romena Nádia Comaneci campeã olímpica em 76 em um feito único, atingindo pela primeira vez o “perfect ten”, em uma olimpíada.

Mukhina esteve quase a ser Sthakonovista da Ginástica, Heroína da União Soviética, Heroína do Trabalho Socialista, condecorada com a Ordem de Lenine e a Ordem da Bandeira Vermelha. Depois de ter sido campeã do mundo em 1978, e do acidente fatal em 1980, apenas recebeu uma cadeira de rodas e a Ordem do Esquecimento.

Em 1988, em uma entrevista para a Oksana Polonskaya do Ogonyok magazine, disse:


"Há conceitos como a honra do clube, a honra da equipe, a honra da esquadra nacional, a honra a bandeira. São palavras, e as pessoas não são percebidas... Eu não condeno qualquer um e nem responsabilizo qualquer um o que me aconteceu. Eu fui estúpida, queria ser heroína, queria justificar a confiança que depositaram em mim".

Yelena assume para si, a culpa do acidente e diz que Mikhail Klimenco seu técnico, não era o responsável, e que se houvesse era o chefe da delegação da ginástica: Oman Shaniyazov, que insistiu nos treinos, sem ela estar recuperada totalmente de uma fratura anterior. Em 1991, Yelena, aparece pela primeira vez ao mundo em uma entrevista a ABC, no Documentário “More than a Game” (Mais que um Jogo), onde ela conta sua saga e crítica o modelo soviético de treinos, na qual os atletas eram submetidos.

Hoje, a ginástica é um esporte mais seguro graças a Yelena. Muitos exercícios são proibidos hoje, inclusive, uma pirueta que Yelena executava nas paralelas.

Yelena faleceu em 22 de dezembro de 2006, vitima de parada cardíaca.


Foto pódio: Campeonato Mundial de G.O-1977.
Neste campeonato, começa a carreira internacional de Yelena Mukhinaque vira celebridade aoempatar com Nádia Comaneci

domingo, novembro 11, 2007

SOU FLAMENGUISTA E SOU MUITO FELIZ!
81.844 ingressos vendidos. Para a torcida do flamengo,
nada é impossível...


Que torcida é essa? Que magia envolve essa torcida? Qual o segredo? De onde vem tanto amor?

Clube de Regatas do Flamengo.
Não se trata simplesmente de um time de futebol...
É uma energia que extrapola o universo.
O rubro e o negro são as cores do Maracanã... Um Maracanã que já viu muitas coisas.
Maracanã que viu derrotas como o Maracanazo de 1950, os dribles de Garrincha! O Maracanã do Brasil e acima de tudo, o Maracanã da torcida do mengão.
Sim, o Maraca é nosso!
Sim, a torcida mais bela é a do mengão. A mais apaixonada, a mais fiel.

Quero ver um torcedor que seja mais fanático e mais chato que o flamenguista. Não, não existe.
Um torcedor normal vai ao estádio, vibra e comemora por seu time. E acabou. A euforia passa rápido.

O torcedor do flamengo é um bicho realmente muito chato.
A vitória do flamengo e a felicidade do torcedor rubro-negro não duram somente com as comemorações do gol daquela partida.
Dura o resto de domingo, o flamenguista dorme como um anjo...e acorda em uma segunda-feira abençoada. Na terça, ainda reina aquela alegria, a satisfação daquele gol sofrido do último domingo. O flamenguista assiste mil vezes a mesma reportagem, relê notícias e revê o gol daquela partida, ao som da maior torcida do mundo.
Na quarta, lava a camisa que usou na segunda e terça para usar na quinta...
Aquelas cores que já fazem parte da alma e do coração. Domingo tem mais. O torcedor acompanha todos os detalhes da próxima partida, vislumbrando sempre o topo. Esse é o time do Zico, oras! É o Flamengo de uma nação infinita.

O flamenguista é sonhador, quando está bem, anda nas nuvens e quando está mal, chora com dor.
Meu amado flamengo... Não é a toa que nem meu avô conseguiu me dobrar e mudar de idéia. É uma paixão inexplicável e sem limites. Ah...como é bom ser flamenguista!


Termino aqui, com o trecho da crônica “Flamengo Sessentão, de Nelson Rodrigues”, publicada na Manchete Esportiva em 26/11/1955. E olha que Nelson não pode ver aquele grande time de Zico.
Eu me pergunto... O que Nelson Rodrigues escreveria sobre essa magnífica torcida, e da partida Flamengo e Santos do dia 11 de novembro de 2007?


“...Para o Flamengo, a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte: — quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas tremem então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.”
Nelson Rodrigues


Lívia Albernaz

terça-feira, novembro 06, 2007

1987

Desde a conquista do pentacampeonato pelo São Paulo, a mídia não fala de outra coisa: A Taça das Bolinhas.
De um lado o Flamengo, reivindicando o título de 87 e diz ser o primeiro penta desde 92.
De outro, o clube paulista, afirmando ser o penta legítimo já que a CBF não reconhece o título rubro-negro de 1987.

Para os mais jovens, uma confusão vem à tona: Afinal, o que aconteceu em 1987?
Quem é o campeão de direito?

Leiam a versão de 87 contada pelo jornalista e comentarista da ESPN Brasil, Paulo Vinícius Coelho.


A história começa em 1986.
Até aquele ano, os campeonatos estaduais eram classificatórios para o Brasileiro. Os seis primeiros de São Paulo, os cinco primeiros do Rio, os dois melhores do Mineiro, do Gaúcho, do Pernambucano, os campeões estaduais de outros estados se classificavam.
Assim, entre 1980 e 1986, o Brasileirão teve 40 clubes na primeira divisão (Taça de Ouro, Copa Brasil) e quatro que se classificavam do torneio de acesso (Taça de Prata, Torneio Paralelo, nome oferecido em 1986).
Em 1986, a CBF prometeu mudar o sistema e criar, para 1987, a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Os 24 melhores de 1986 formariam a Série A do ano seguinte.
Terminado o campeonato, a CBF mudou de idéia. Primeiro, afirmou que não tinha condição financeira de promover o torneio. Foi quando os grandes se rebelaram e fizeram o movimento que criou o Clube Dos Treze. Os fundadores (Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Grêmio, Internacional, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Bahia) anunciaram que disputariam um campeonato próprio, organizado por eles mesmos.
A CBF, então, se mobilizou e anunciou que faria o campeonato com 40 clubes. Os grandes fizeram uma composição com a CBF, mas criaram a Copa União, com a participação, também, de Santa Cruz, Goiás e Coritiba. A CBF criou o regulamento, que previa o cruzamento de campeão e vice do Módulo Verde (Copa União) com campeão e vice do Módulo amarelo (a suposta segunda divisão).
O Clube dos 13 dizia que não disputaria o cruzamento, a CBF dizia que haveria o cruzamento. Essa confusão se deu porque o representante do Clube dos 13 na CBF era Eurico Miranda. O Eurico aceitou o acordo com a CBF, mas, quando informou a direção do Clube dos 13, este recusou veementemente. O campeonato começou com a CBF dizendo que haveria o cruzamento, o Clube dos 13 dizendo que não aceitava e que não disputaria.
Nesse ínterim, o Brasil inteiro assistiu à Copa União como o Campeonato Brasileiro, sem dar muita atenção ao que aconteceria no final do ano. A TV Globo transmitia para o Brasil inteiro, um jogo por rodada sorteado quinze minutos antes da partida começar, às 17h do domingo. Pernambuco também vivia assim, porque acompanhava o Santa Cruz no torneio.
E assim o Flamengo venceu o Brasileirão, a Copa União, em 13 de dezembro de 1987. No mesmo dia, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, um dos líderes da criação do Clube dos Treze, reafirmou que não haveria cruzamento.
Enquanto isso, no mesmo dia, Guarani e Sport se classificaram para a decisão do Módulo Amarelo, decidido nos pênaltis. O empate persistiu tanto que ao chegar aos 11 x 11, nas cobranças de pênalti, os dois presidentes decidiram que o torneio terminaria empatado. Sport e Guarani foram proclamados campeões empatados do Módulo Amarelo pela CBF. Tinham a perspectiva de disputar o cruzamento com Inter e Flamengo.
No início de 1988, a CBF fez a tabela. Sport e Guarani entravam em campo nas partidas marcadas contra Inter e Flamengo. Sem adversário, eram proclamados vencedores por W.O. Na decisão do “Campeonato Brasileiro”, o Sport enfrentou o Guarani, empatou o jogo de ida por 1 x 1, em Campinas, venceu no Recife por 1 x 0, gol do zagueiro Marco Antônio. A CBF proclamou o Sport campeão brasileiro de 1987.

Agora vai minha opinião:
Flamengo campeão legítimo de 1987, porque o Brasil inteiro acompanhou a Copa União como o Campeonato Brasileiro.
O Sport não pode ser descartado, porque é oficial.
E eu preciso contar a história inteira. Por isso, embora eu julgue o Flamengo o campeão legítimo, quando me perguntam, digo: Flamengo e Sport são campeões de 1987. É o único jeito de alimentar a curiosidade e contar a história inteira, como todo mundo merece saber.



PVC

quinta-feira, novembro 01, 2007

A Copa de 2014 é nossa!




Alegria! 57 anos depois do Mundial de 50 no Brasil, no dia 30 de outubro de 2007, a FIFA anunciou o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. A comitiva brasileira esteve na sede da FIFA em Zurique na Suíça para Joseph Blatter oficializar a Copa de 2014, já que o Brasil era o candidato único e só faltava o anúncio oficial do presidente da FIFA.

O povo brasileiro é merecedor dessa alegria, afinal, o Brasil é o futebol. E o futebol é Brasil. O maior campeão da história do futebol não podia ficar muito tempo sem sediar uma copa. O brasileiro sonha com essa Copa desde a decepção de 50 quando o Brasil perdeu para o Uruguai no Maracanã lotado.
Porém, até 2014, muitas águas vão rolar.

Começou na cerimônia oficial com as gafes da comitiva brasileira. Primeiro a escolha dos membros, como o escritor Paulo Coelho que nem no Brasil mora. Depois o discurso do presidente Lula que alfinetou os argentinos em uma atitude antiética. E olha que os hermanos apoiaram nossa candidatura. Lula falou erradamente que o Brasil chorou quando Platini converteu o pênalti em 86. Ora Presidente!!! O Platini chutou a bola para fora naquela decisão por pênaltis. Ele fez o gol com a bola rolando!

Depois do Lula veio Ricardo Teixeira que aposentou o Romário sem este ter pendurado de fato as chuteiras e depois, quando perguntaram da ausência do Rei Pelé, respondeu “que não sabia por onde Pelé andava”.
De um lado a expectativa e euforia do povo brasileiro em ver um mundial em solo brasileiro. Do outro a desconfiança: Afinal, o dinheiro a ser investido, será dinheiro público. E o Brasil com a má fama de desvio de verba pública (mirem-se no Pan-americano) faz com que o povo desconfie da quantia gasta. Começa também a briga de muitas cidades brasileiras para sede dos jogos e infelizmente, o Espírito santo está de fora da briga já que nem Estádio Municipal tem. E esse é o reflexo da fragilidade do futebol capixaba.

Temos que vibrar a Copa de 2014. Mas, fiscalizar também. Não podemos deixar de apoiar um evento desse porte no Brasil com a justificativa da corrupção. O dever do brasileiro é apoiar e fiscalizar sempre.
Vibrem brasileiros! A copa de 2014 é nossa.




Relembrando a Copa de 50.

Se perguntassem ao meu saudoso avô qual fato ele mudaria no futebol fora derrotas do fluminense, provavelmente ele responderia a decisão de 1950.
E eu também!
E olha que nem minha mãe havia nascido naquela época.
Porém, imagino o que o brasileiro sentiu naquele Mundial. A paixão, a expectativa do título e a derrota em pleno Maracanã que estava cheirando a novo!

Segundo meu avô, aquela derrota doeu na alma dos brasileiros. O povo chorou, deixou o coração apertado, machucado. Essa dor do povo brasileiro era apenas o começo de uma história de amor até hoje eterna e sem precedentes entre o brasileiro e o futebol. Naquele remoto 1950, o Brasil organizou um mundial sensacional, com um público espetacular, que só foi superado décadas depois. O Brasil de Zizinho, Barbosa, Ademir de Menezes (que foi artilheiro da Copa) foi brilhante mas perdeupara a decepção de milhões de brasileiros.

O Maracanaço

O trágico jogo final é conhecido como maracanaço, derivada uma expressão latina usada pelos adversários para provocar os brasileiros.
O silêncio tomou conta do Maracanã às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho. O Brasil precisava de um empate. Saiu ganhando e perdeu por 2 a 1. Desolados, os quase 200 mil torcedores demoraram mais de meia hora para deixar o estádio.
O time brasileiro fez trinta lances a gol (dezessete no primeiro tempo e treze no segundo). Os jogadores cometeram quase o dobro de faltas, um total de 21, contra apenas onze do Uruguai.
E agora em 2014, a nova geração quer vingar 1950 e poder finalmente levantar a taça em terras brasileiras.

Que a justiça seja feita 64 anos depois.
É o que mais queremos...


Este time perdeu a Copa do Mundo de 1950 para os uruguaios em pleno Maracanã.

Em pé: Barbosa. Augusto. Danilo. Juvenal. Bauer e Bigode.
Agachados: Jonhson. Friaça. Zizinho. Ademir. Jair. Chico e Mario Americo.