domingo, setembro 02, 2007

Entrevista com Oleg Ostapenko



Obs.Finalmente estou com meu blog de volta. Não estava postando devido a um “equívoco” do blogspot.

Ex - técnico da seleção ucraniana , Oleg Ostapenko concedeu essa entrevista a Folha de São Paulo.
E falou tudo que tinha que falar. Uma pena que vá sair. Pois com ele, a evolução da ginástica foi óbvia.




Fonte: Folha de São Paulo


Admitindo estar cansado, o técnico da seleção, Oleg Ostapenko, tem três apostas para o Mundial de Ginástica: Daiane dos Santos não ganhará medalha, Laís Souza não estará 100% por não ter cuidado do peso, e Jade Barbosa será mais uma vez o destaque do time, como no Pan do Rio, em julho.O time feminino inaugura hoje a participação do Brasil no maior Mundial de ginástica artística da história.E, além de definir se irá ou não à Olimpíada de Pequim, no próximo ano, a equipe vê o início do processo de despedida do técnico ucraniano, que a dirige desde 2001.Em seu último Mundial pelo país, Ostapenko, com compromisso com o Brasil até os Jogos de Pequim, se diz cansado. A ponto de, apesar de suas previsões, explicar que tudo pode ocorrer à equipe no evento.À Folha, ele conta ser difícil trabalhar num país em que o crescimento da modalidade está atrelado ao fator econômico, sem se ater à mentalidade exigida pela ginástica.



FOLHA - Como o senhor avalia as chances do Brasil no Mundial?OLEG OSTAPENKO - O Brasil, não sei. Depende do que Daiane [dos Santos] e Laís [Souza], que estão machucadas, poderão fazer. Com elas competindo normalmente, podemos ficar de quinto a sétimo lugar [os 12 primeiros vão à Olimpíada do ano que vem]. Sem elas, será difícil ficar entre os oito primeiros classificados.FOLHA - Ficar fora da Olimpíada poderia abreviar sua permanência no país?
OSTAPENKO - Ficarei até o ano que vem e só. É muito difícil seguir no Brasil. Não há outras propostas como antes [quando foi assediado por China e Austrália], mas será difícil ficar. Além da saudade dos dois filhos e do meu neto, que vivem na Ucrânia, estou muito cansado no Brasil.É muito difícil trabalhar.

FOLHA - Mas a situação melhorou desde a sua chegada...OSTAPENKO - Sim, mas não é só dinheiro. Sou o técnico da seleção, mas tenho que corrigir erros da base. Corrigir é mais difícil do que criar coisas novas. Perde-se tempo. Não há muitos técnicos que conhecem a fundo a ginástica e que a praticaram a ponto de não deixar a atleta com erros básicos. Além disso, a ginástica é um esporte difícil. Todos os dias as meninas choram. Por isso meu cansaço não é físico, é mental. Veja Daiane, nunca vi isso em 40 anos de ginástica. Não pode treinar direito por causa das dores. Hoje, na equipe, a Jade [Barbosa] é mais promissora. Pode ser campeã mundial e até olímpica, se se mantiver bem, pois não se machuca como as outras.FOLHA - Esses problemas vão afetar a atuação do Brasil?
OSTAPENKO - Sim. No Brasil, é preciso pelo menos cinco centros de treinamento como o de Curitiba. China e EUA têm muitos ginastas, por isso são favoritos no Mundial. Machuca uma ginasta, eles têm outra tão boa quanto aquela. Essa diferença é fundamental, há concorrência para permanecer na seleção, por isso o Brasil ainda não passou de sétimo lugar [por equipes, obtido no Mundial de 2006].FOLHA - Mas o Brasil pode ficar fora da Olimpíada?OSTAPENKO - Não. No Mundial, atua-se sem aquecimento. Isso faz a diferença. A Daiane, por exemplo, pode ficar sem treinar, mas em dois dias readquire ritmo e vai bem.



FOLHA - A Jade tem chances de ir ao pódio?
OSTAPENKO - Tem tudo para isso. Tem físico, tem programa [séries] para isso. Ela poderia estar melhor, pois perdemos um ano para que ela parasse de chorar e se concentrasse nos treinos. Mas ela também tem sofrido com uma contusão no cóccix. Isso poderá ser um problema.


FOLHA - É comum as ginastas se machucarem tanto quanto as brasileiras?
OSTAPENKO - A ginástica é um esporte de impacto, às vezes machuca. Mas o fato de as brasileiras não mentalizarem que suas ações refletem na equipe é o problema. A Laís pesa 46 kg. Mas volta das férias com 51 kg. Aí faz um movimento, que antes fazia normalmente, sente o impacto maior e se contunde. Por isso está machucada. E ela é importante para a equipe.


FOLHA - Isso atrapalha...
OSTAPENKO - Sim. A Daniele [Hypólito] também tinha problemas com o peso. Ela foi muito capaz, mas hoje não tem tanta potência. Com 24, 25 anos, o homem está no seu auge físico. A mulher, não. Sente quando chega a essa idade. Daiane, hoje, só compete para ajudar a equipe. Não tem chance de ganhar nada. E a Laís não está 100%. Só a Jade tem chance no individual geral, no salto e no solo. Ela com certeza será uma prioridade para 2008.



FOLHA - E quem o senhor acredita que irá brilhar neste Mundial?
OSTAPENKO - Das meninas que vi, a italiana Vanessa Ferrari [atual campeã mundial do individual geral] e a americana Shawn Johnson [que obteve quatro ouros e uma prata no Pan-07] devem se destacar de novo no Mundial.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ele eh carrasco!!!

Anônimo disse...

a jade vai ser campã olímpica!

Anônimo disse...

Brasil em Pequim!!!

Anônimo disse...

atualize mais esse blog.
ele eh excelente

Marcelo Braga disse...

Poxa, está faltando atualização heim.
Mas belo blog.
Entra no Domínio da Bola e da uma olhada.

http://dominiodabola.wordpress.com/

bjos